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Grande onda de insolvências empresariais ameaça a Europa

Posted in Crise by Blog Juízo Final on 12/02/2009

0706732_4001Agência de informação comercial constata aumento de inadimplências empresarias na Europa e afirma que o pior ainda estar por vir. Na Alemanha, nem mesmo empresas tradicionais escaparam do pedido de insolvência.

Em sua análise Insolvência na Europa 2008/09, divulgada na terça-feira (10/02), uma das principais agências de informação comercial da Europa, Creditreform, constatou que a tendência decrescente de insolvências de empresas, que perdurava no continente desde 2005, reverteu-se em 2008.

Segundo a Creditreform, o número de insolvências empresariais no UE-15 (os 15 países-membros iniciais da União Européia), juntamente com a Noruega e Suíça, subiu para 150 mil em 2008, 11% a mais do que no ano anterior. Para 2009, Creditreform calcula um número ainda maior de insolvências (170 mil a 175 mil).

Na Europa Ocidental, em 2008, houve em média 83 insolvências em cada 10 mil empresas. Na Alemanha, essa média foi de 96. Com mais de 200 insolvências para cada 10 mil empresas, Luxemburgo, Áustria e França foram os países com a maior média de insolvências empresariais.

Em termos absolutos, o número de insolvências foi decrescente na Holanda, em Luxemburgo e na Suíça. Por outro lado, Espanha, Irlanda e Dinamarca foram os países mais afetados pela atual onda de falências, que, na opinião dos analistas da Creditreform, ainda não atingiu, com toda sua força, a maioria dos países pesquisados.

“Grande onda de insolvências deverá chegar em 2009”

Com um avanço de 138,6%, a Espanha apresentou o maior acréscimo de inadimplência empresarial em 2008. O país foi seguido pela Irlanda, com 120,8% de aumento, e pela Dinamarca, com 54,5%. Os especialistas de Creditreform afirmaram que esse dramático desenvolvimento mostra que, já em 2008, tais países europeus ocidentais foram atingidos pela desaceleração global da economia e por condições mais rígidas de financiamentos para empresas.

“Nós fomos surpreendidos pelo fato de que as falências reagiram tão rapidamente à quebra da economia, com cerca de três meses de atraso”, afirmou um porta-voz da Creditreform. “A grande onda de insolvências deverá chegar, todavia, em 2009”, acresceu.

Segundo a agência de informação comercial, os principais setores afetados foram o de serviços e o comercial, comprometendo cerca de 1,4 milhão de postos de trabalho nos 17 países analisados. O porta-voz declarou ainda que a queda nos negócios e problemas de liquidez foram os principais motivos para as empresas entrarem com pedidos de insolvência judicial.

A insolvência civil, por outro lado, diminuiu na Europa Ocidental, em 2008. No total, o número de pedidos de falência pessoal foi 3,6% menor do que em 2007. Na Alemanha, com 6,4%, esse decréscimo foi ainda mais evidente. Finlândia e Áustria apresentaram, no entanto, considerável aumento de inadimplentes.

Inadimplência de empresas tradicionais

Para a Alemanha, a agência com sede em Neuss reiterou um prognóstico feito em dezembro último, afirmando que o número de falências empresariais deverá ficar entre 30 mil e 35 mil em 2009. Este início de ano já comprovou que nem mesmo tradicionais empresas do país estão imunes à inadimplência.

No início de janeiro último, a Rosenthal, tradicional fabricante alemã de porcelana, seguiu o exemplo da matriz irlandesa, a Waterford Wedgwood, e deu entrada no pedido de falência.

Já em fevereiro, a Märklin, empresa com 150 anos de tradição em ferromodelismo, apresentou o pedido de insolvência para seus pólos de produção na Alemanha. Nesta semana, foi a vez da Schiesser, principal fabricante de roupas íntimas do país.

Especialistas afirmam que, entre os principais motivos que levaram à inadimplência das tradicionais empresas, está a interrupção do fluxo de capital por parte de investidores estrangeiros. Segundo o economista-chefe da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), Volker Treier, empresas alemãs de pequeno e médio porte seriam muito dependentes de capital externo, devido à sua pequena disponibilidade de capital próprio.

Fonte: DW-WORLD.DE

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